

A decisão da Securities and Exchange Commission de encerrar, sem acusações, a investigação de dois anos sobre a Ondo Finance representa uma mudança estrutural na regulação de ativos digitais nos Estados Unidos. Iniciada em outubro de 2023 sob a presidência de Gary Gensler, a apuração avaliou o cumprimento das leis de valores mobiliários pela Ondo na tokenização de títulos do Tesouro dos EUA e a classificação dos tokens ONDO como valores mobiliários. O encerramento formal comunicado no fim de novembro de 2025 marca uma reversão significativa nas políticas regulatórias da era Biden contra empresas de criptoativos.
Esse avanço regulatório coincidiu com a concessão, pela SEC, de uma carta de não atuação à Depository Trust and Clearing Corporation para seu projeto de tokenização blockchain. A aprovação da DTCC permite tokenizar ações, ETFs e títulos do Tesouro americano, demonstrando a confiança das instituições na integração do blockchain à infraestrutura de mercado. Essas autorizações paralelas indicam que modelos de tokenização regulados e transparentes ampliam — e não reduzem — as proteções ao investidor.
O mercado já responde de forma construtiva. O USDon mantém uma oferta circulante de US$ 39,2 bilhões nas redes Ethereum e BNB Smart Chain, negociado em torno de US$ 0,9996, com volume de US$ 51,5 bilhões em 24 horas. O CEO da Ondo projeta que US$ 100 bilhões em ativos tokenizados possam surgir ainda este ano, refletindo a aceleração institucional. A maior clareza regulatória elimina incertezas jurídicas que travavam a tokenização de ativos reais, consolidando os EUA como referência global em inovação em valores mobiliários digitais, sem abrir mão de mecanismos de supervisão institucional.
A estrutura híbrida de compliance do USDon representa uma integração avançada da regulação financeira tradicional com a inovação do blockchain. O modelo utiliza contas em corretoras reguladas como base de conformidade, garantindo aderência às regras do sistema financeiro, enquanto adota arquitetura de smart contracts on-chain para maximizar transparência e eficiência.
As contas em corretoras reguladas custodiam os ativos dos usuários, oferecendo segurança institucional e supervisão regulatória exigidas pelas autoridades. Ao mesmo tempo, os smart contracts automatizam a execução e liquidação das transações, eliminando atrasos de intermediários e diminuindo custos. Esse modelo dual viabiliza sistemas de pagamento em tempo real, modernizando a segurança das operações em redes digitais.
O USDon comprova a aplicação desse conceito, com cerca de US$ 39,2 milhões em circulação e volume diário acima de US$ 50 milhões em múltiplas plataformas. O token opera nas redes Ethereum e BNB Smart Chain, movimentando US$ 51,4 milhões em 24 horas. Essa arquitetura conecta exigências tradicionais de compliance às vantagens da DeFi, oferecendo ao investidor institucional segurança regulatória e os benefícios de transparência e eficiência do blockchain. O modelo híbrido supera barreiras de conformidade que antes restringiam a adoção institucional de ativos digitais.
O mercado de valores mobiliários tokenizados nos EUA opera hoje em uma zona cinzenta, marcada pelo uso estratégico de isenções já existentes, em vez da adoção de um marco regulatório específico. Empresas nesse cenário optam pelo Regulation D para ofertas privadas e Regulation S para captação internacional, evitando o registro completo junto à SEC. Em maio de 2025, a comissária Hester Peirce apoiou oficialmente a abordagem sandbox, sinalizando que a Crypto Task Force da SEC considera ordens de isenção condicionais para permitir uso de tecnologia de registro distribuído na emissão, negociação e liquidação de valores mobiliários.
| Caminho | Ônus Regulatório | Perfil de Investidor | Prazo |
|---|---|---|---|
| Baseado em Exceção (Reg D/S) | Menos exigências de compliance | Investidores qualificados/acreditados | Lançamento mais rápido |
| Registro Completo (Reg A) | Análise integral pela SEC | Acesso ampliado ao varejo | 4-6 meses |
Essa diferença cria oportunidades imediatas, mas traz incerteza estrutural. A carta de não atuação da SEC, emitida em dezembro de 2025 para um programa piloto de tokenização de valores mobiliários por três anos, indica prontidão institucional, enquanto a proposta de alteração de regras da Nasdaq em setembro de 2025 viabiliza diretamente a negociação de ações tokenizadas. Apesar disso, a abordagem fragmentada segue como solução temporária, não definitiva. O setor espera uma estabilização do compliance para 2026, com a previsão das Inovações de Exceção da SEC e do bipartidário CLARITY Act, que deverá estabelecer segurança jurídica para ativos tokenizados. Até lá, as empresas equilibram agilidade operacional por meio de exceções com a necessidade de infraestrutura para futura padronização, vivendo uma fase de transição em que flexibilidade estratégica é indispensável para integração institucional.
Os Estados Unidos impõem controles rigorosos de KYC e AML para plataformas de ativos digitais, em um arcabouço abrangente e orientado por risco, conforme as novas diretrizes da FinCEN. As instituições financeiras devem adotar processos sólidos de verificação de identidade, manter registros detalhados de beneficiários finais e avaliar perfis de risco de transações. O monitoramento é contínuo, abrangendo todo o ciclo de relacionamento para identificar operações suspeitas.
O registro de carteiras é um ponto-chave de conformidade. Exchanges exigem verificação completa de identidade dos usuários antes de liberar saques, incluindo comprovante de endereço e documentos válidos para ativação de conta. Essa exigência vale tanto para institucionais quanto para o varejo, sendo mais rigorosa em casos de jurisdições de alto risco ou pessoas politicamente expostas.
Padrões de reversibilidade são distintos no universo cripto. A arquitetura distribuída do blockchain gera registros de transação permanentes e irreversíveis, após a confirmação pela rede. Essa característica traz desafios próprios ao compliance, pois as normas reconhecem que transferências de criptoativos não podem ser revertidas como em bancos tradicionais. Assim, o foco regulatório passou a ser a verificação pré-transação e o monitoramento em tempo real, não a remediação posterior.
A integração desses controles reflete o movimento regulatório por mais transparência e responsabilidade nas finanças digitais. Plataformas que negociam tokens como USDon devem contar com sistemas de compliance capazes de análise em tempo real e triagem automática de sanções. O descumprimento acarreta penalidades pesadas, previstas no Bank Secrecy Act e no Corporate Transparency Act, tornando o compliance operacional fator essencial de participação no mercado.
Sim, o USDC é considerado uma excelente alternativa de investimento. Como uma das principais stablecoins lastreadas em reservas de dólar dos EUA, oferece estabilidade e segurança. Mantendo paridade 1:1 com o dólar, é ideal para preservação de valor e redução de risco de volatilidade no mercado de criptoativos. O lastro robusto e a conformidade regulatória fazem do USDC um ativo confiável para manter a longo prazo.
O USDC é projetado para manter o valor de US$ 1, pois é integralmente lastreado em reservas em dólar. Embora costume ser negociado muito próximo de US$ 1, pequenas oscilações podem ocorrer devido ao mercado e ajustes nas reservas — mas o token permanece dentro de uma faixa estreita de paridade.
O USDC tem como objetivo manter valor estável, em torno de US$ 1,00 em 2025. Por ser uma stablecoin lastreada em dólar dos EUA, busca garantir poder de compra constante ao longo do ano.
Sim, o USDC é uma stablecoin legítima, emitida pela Circle, lastreada em dólares e reservas reais. É amplamente adotada, tem suporte da Visa e se mantém entre as stablecoins mais relevantes do mercado cripto.









