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Reino Unido faz história: lei reconhece oficialmente as criptomoedas como propriedade pessoal, inaugurando uma nova era para os ativos digitais

A 2 de dezembro de 2025, Sua Majestade o Rei Carlos III do Reino Unido aprovou oficialmente o “Property (Digital Assets etc.) Act 2025”, que entrou imediatamente em vigor na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. Esta iniciativa criou uma “terceira categoria” inédita de propriedade pessoal na lei britânica, especialmente destinada a criptoativos como Bitcoin, Ethereum e outros, bem como a ativos digitais como NFTs.

Isto significa que cerca de 7 milhões de detentores de criptomoedas no Reino Unido (aproximadamente 12% da população adulta) podem agora possuir, herdar e recuperar de forma clara ativos digitais roubados.

01 Marco legal: inovação digital num sistema centenário de direito patrimonial

O quadro legal da propriedade no Reino Unido, estabelecido desde um acórdão judicial de 1885, sempre dividiu a propriedade pessoal em duas grandes categorias: bens móveis tangíveis (como carros e casas) e bens móveis por direito (como direitos contratuais e dívidas).

Com o surgimento dos ativos digitais, esta dicotomia tradicional revelou limitações evidentes. As criptomoedas não são “coisas” que possam ser possuídas fisicamente, nem são “direitos” que possam ser reivindicados judicialmente, não encontrando um lugar claro neste sistema de classificação.

Para resolver este problema, a Law Commission britânica realizou anos de estudo e, em junho de 2023, publicou um relatório recomendando que criptoativos e NFTs fossem reconhecidos como “propriedade” e protegidos em conformidade.

O grande avanço da lei reside em afirmar claramente: “Nada (incluindo algo digital ou eletrónico) deixa de poder ser o objeto de um direito de propriedade pessoal apenas por não se enquadrar nos modelos tradicionais de propriedade.”

Esta formulação legal, simples mas revolucionária, removeu o obstáculo fundamental ao reconhecimento dos ativos digitais como propriedade.

02 Terceira categoria de propriedade: estatuto legal dos ativos digitais

O novo diploma não inventa um conceito jurídico totalmente novo, mas sim formaliza as práticas judiciais recentes dos tribunais britânicos. Na verdade, desde 2019 que vários tribunais do Reino Unido já decidiram que criptomoedas como o Bitcoin podem ser consideradas propriedade.

Por exemplo, no caso “AA v Persons Unknown [2019] EWHC 3556 (Comm)”, o tribunal entendeu que o Bitcoin, mesmo sendo intangível e descentralizado, não pertencendo a bens tangíveis nem a direitos, podia ainda assim ser considerado propriedade.

No entanto, este método baseado em precedentes traz falta de certeza jurídica. Cada caso exigia uma interpretação complexa da lei de propriedade, resultando em decisões inconsistentes.

O “Property (Digital Assets etc.) Act 2025” resolve esta incerteza, proporcionando aos tribunais princípios claros de orientação.

Apesar de o diploma confirmar que os ativos digitais podem constituir uma “terceira categoria de propriedade”, não define de forma estrita os tipos de ativos digitais, adotando antes uma abordagem tecnologicamente neutra, permitindo aos tribunais determinar o seu estatuto patrimonial conforme as características de cada ativo.

Esta flexibilidade permite que o quadro legal acompanhe a rápida evolução da tecnologia blockchain e o aparecimento constante de novos ativos digitais.

03 Impacto prático: proteção dos direitos dos detentores de criptomoedas

Para os cerca de 7 milhões de detentores de criptomoedas britânicos, esta reforma legal traz uma proteção efetiva dos seus direitos. Segundo a Financial Conduct Authority, este número representa cerca de 12% da população adulta do Reino Unido, tendo triplicado desde 2021.

A principal alteração reside na clarificação do tratamento destes ativos. As criptomoedas passam a ser reconhecidas como bens hereditários, devendo os testamenteiros incluí-las no espólio.

Nos processos de insolvência, os profissionais têm agora de considerar os ativos digitais como parte do património do devedor, e nas partilhas de divórcio, as criptomoedas também entram no cálculo.

A CryptoUK, principal associação do setor das criptomoedas no Reino Unido, saudou esta mudança, considerando que proporciona “maior transparência e proteção para consumidores e investidores”.

A associação realça que os ativos digitais podem agora ter “propriedade claramente definida, ser recuperados em caso de roubo ou fraude, e integrar os processos de insolvência e sucessão”.

Quando ativos digitais são roubados ou alvo de fraude, os proprietários podem agora provar a sua titularidade e recuperar os ativos com maior facilidade através dos tribunais.

Antes, estes casos dependiam apenas da interpretação judicial das leis de propriedade, muitas vezes ambíguas.

04 Reação do mercado: duplas oportunidades para finanças tradicionais e setor cripto

O reforço da segurança jurídica deu novo alento ao ecossistema britânico de ativos digitais. A associação Bitcoin Policy UK chegou a classificar esta lei como “a maior transformação do direito da propriedade britânico desde a Idade Média”.

Antes da aprovação da lei, o Reino Unido já vinha ajustando a sua política para ativos digitais. Por exemplo, este ano, o país levantou uma proibição de quatro anos à negociação de ETNs (Exchange Traded Notes) de Bitcoin e criptomoedas por retalhistas.

Esta alteração permitiu a instituições financeiras de topo, como a BlackRock, lançar produtos como o iShares Bitcoin ETP (IB1T) na Bolsa de Londres.

Tomemos como exemplo a Gate: sendo uma das principais plataformas globais de ativos digitais, os seus utilizadores britânicos podem agora gerir os seus investimentos com maior confiança, sem receio dos riscos associados à incerteza legal.

Os investidores podem acompanhar facilmente as cotações de mercado mais recentes; por exemplo, a 2 de dezembro de 2025, o preço do Bitcoin reflete maior liquidez e participação institucional.

Paralelamente, o Reino Unido está a coordenar-se com outros domínios regulatórios. Em janeiro de 2025, o Tesouro esclareceu que o staking de criptoativos qualificados não será considerado um “collective investment scheme”, proporcionando um quadro legal mais claro para os serviços de staking.

05 Competição global: o posicionamento estratégico do Reino Unido nas finanças digitais

Esta iniciativa ocorre num momento em que vários países competem para atrair empresas e investimentos em criptomoedas. O governo britânico tem-se empenhado em posicionar o país como líder global das finanças digitais, mantendo uma forte proteção do consumidor.

Esta reforma da lei de propriedade integra-se numa estratégia regulatória mais ampla. O Reino Unido anunciou recentemente um grupo de trabalho conjunto com os EUA para desenvolver políticas para criptomoedas, demonstrando coordenação internacional na regulação de ativos digitais.

Em termos concretos, a Financial Conduct Authority está a preparar regras abrangentes para stablecoins, plataformas de negociação e serviços de custódia, com implementação prevista para 2026.

Estes esforços pretendem criar um quadro regulatório completo que apoie a inovação e proteja os consumidores.

O Tesouro já publicou um projeto-lei para incluir exchanges, negociadores e intermediários de criptomoedas na esfera regulatória.

A Chanceler do Tesouro, Rachel Reeves, afirmou: “Regras robustas para as criptomoedas reforçarão a confiança dos investidores, apoiarão o desenvolvimento da fintech e protegerão todos os britânicos.”

06 Perspetivas futuras: caminhos para a integração de ativos digitais nas finanças tradicionais

Com a aprovação do “Property (Digital Assets etc.) Act 2025”, o Reino Unido estabeleceu uma sólida base legal para a adoção generalizada de ativos digitais. O aumento da segurança jurídica pode acelerar a integração dos serviços cripto no mainstream.

Instituições financeiras tradicionais, como bancos, sociedades de investimento e seguradoras, poderão agora lançar produtos e serviços relacionados com criptomoedas com maior confiança. Com a propriedade claramente estabelecida, abre-se o caminho para que os ativos digitais se integrem mais amplamente no sistema financeiro britânico.

Olhando para o futuro, o próximo passo na regulação britânica de ativos digitais poderá ser o aperfeiçoamento de medidas complementares. As recomendações da Law Commission sobre acordos de garantia com criptomoedas ainda estão em análise.

Simultaneamente, a FCA está a preparar regras completas para stablecoins, plataformas de negociação e serviços de custódia, prevendo-se a sua entrada em vigor em 2026.

Para as exchanges globais de criptomoedas, esta reforma legal britânica significa novas oportunidades. Tomando a Gate como exemplo, enquanto plataforma global líder de ativos digitais, os seus utilizadores no Reino Unido poderão operar e gerir os seus ativos com maior confiança.

Perspetivas futuras

Do alto dos arranha-céus da City de Londres, olhando para as margens do Tamisa onde edifícios históricos e parques tecnológicos modernos se entrecruzam, a mudança chega de forma silenciosa.

Este país, que outrora definiu as regras do comércio global com lã e máquinas a vapor, ergue hoje com uma simples linha de legislação uma bandeira distinta no deserto jurídico do mundo digital.

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GateUser-36dd6880vip
· 17h atrás
Alta Corrida 🐂
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