Fundo Monetário Internacional alerta: popularização das stablecoins pode enfraquecer o controlo dos bancos centrais

[FMI alerta: A popularização das stablecoins pode enfraquecer o controlo dos bancos centrais] O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que as stablecoins têm o potencial de alargar o acesso individual a serviços financeiros, mas isso pode acontecer à custa dos bancos centrais nacionais.

Num relatório de 56 páginas publicado na quinta-feira, a organização internacional salientou que a “substituição monetária” é um dos riscos potenciais associados às stablecoins, referindo que esta tendência pode gradualmente corroer a soberania financeira dos países.

Historicamente, quem queria deter dólares normalmente precisava de possuir numerário físico ou abrir um tipo específico de conta bancária. No entanto, o FMI destaca que “as stablecoins podem infiltrar-se rapidamente na economia de um país através da internet e de smartphones”.

A organização acrescenta: “Especialmente em cenários transfronteiriços, a utilização de stablecoins denominadas em moeda estrangeira pode levar à substituição monetária, enfraquecendo potencialmente a soberania monetária, sobretudo quando existem carteiras sem custódia.”

O FMI afirma que, se uma grande parte da atividade económica deixar de depender da moeda nacional, os bancos centrais terão dificuldade em controlar eficazmente a liquidez doméstica e as taxas de juro.

O relatório aponta ainda que, se as stablecoins denominadas em moeda estrangeira se estabelecerem através de serviços de pagamento, alternativas locais como as moedas digitais dos bancos centrais (CBDC) podem enfrentar pressão concorrencial. Ao contrário das stablecoins emitidas por entidades privadas, as CBDC são formas digitais de moeda soberana emitidas, reguladas e geridas pelos bancos centrais.