Os volumes de Cripto atingem $27B na LATAM, mas a Outset PR encontra o tráfego da mídia a colapsar.

A América Latina está consolidando seu papel como um centro global para a adoção de criptomoedas. Os volumes de negociação na região aumentaram nove vezes entre 2021 e 2024, alcançando $27 bilhões em 2025, de acordo com um recente relatório da Dune Analytics. As stablecoins dominam, representando mais de 90% da atividade de exchange, com tokens atrelados ao real e ao peso crescendo a taxas de três dígitos.

Mas enquanto a adoção acelera, um paradoxo inesperado está surgindo: a visibilidade da mídia cripto está encolhendo exatamente quando os usuários mais precisam dela. Um novo relatório do Q2 2025 da Outset PR destaca essa divisão, mostrando que, enquanto milhões no E.U.A., Argentina e México dependem cada vez mais de ativos digitais para pagamentos, poupanças e remessas, os meios de comunicação nativos de cripto da região estão perdendo leitores a um ritmo alarmante.

Adoção em Alta

Para as pessoas no Brasil, México, Argentina e além, as stablecoins oferecem algo que as moedas locais muitas vezes não conseguem: confiabilidade. Mais de 90 por cento da atividade de exchange na região agora é realizada através de tokens atrelados ao dólar, como USDT e USDC.

As versões locais também estão ganhando popularidade. Os stablecoins atrelados a reais no Brasil cresceram mais de seis vezes em apenas um ano, enquanto os tokens atrelados ao peso no México se expandiram a um ritmo que poucos esperavam. Esses tokens não são apenas negociados em exchanges—estão sendo usados para salários, remessas e pagamentos do dia a dia.

Aplicativos como Picnic, Exa e BlindPay estão facilitando ainda mais isso, evoluindo para neobanks nativos de cripto. Em vez de existir em um mundo separado, a cripto agora se mistura à vida financeira diária, com saldos, poupanças e opções de gastos disponíveis em um único aplicativo.

Mídia Cripto em Retirada

Embora a adoção esteja a subir, a cobertura mediática sobre cripto na região está a encolher. O último relatório da Outset PR mostra que os meios de comunicação nativos de cripto perderam mais de metade do seu tráfego no segundo trimestre de 2025, caindo de quase 18 milhões de visitas para pouco mais de 8 milhões.

Por outro lado, os editores convencionais—grandes sites de notícias que cobrem criptomoedas como um tópico entre muitos—na verdade, aumentaram o seu tráfego em quase 20 milhões de visitas no mesmo período.

O contraste é marcante. Uma pequena minoria de sites focados em cripto conseguiu crescer ao localizar conteúdo e se apoiar na otimização de busca. Mas a maioria está desaparecendo. A CriptoNoticias se tornou a líder clara, recebendo 1,35 milhão de visitas por mês, enquanto outros veículos como Cointelegraph Brasil e Livecoins estão vendo quedas constantes. Apenas um trimestre atrás, seis sites na região tinham mais de 400.000 visitas mensais e eram referidos como nível 1. Agora, apenas um permanece nesse nível.

Fonte: outsetpr.io

Por que a desconexão importa

Isso cria um paradoxo: mais pessoas estão usando cripto, mas menos estão aprendendo sobre isso através de mídias nativas de cripto. E isso é importante. A adoção não se traduz automaticamente em compreensão. De acordo com pesquisas, apenas cerca de um terço dos latino-americanos considera as transações em cripto seguras. Sem uma mídia dedicada para fornecer contexto, explicar riscos e construir confiança, milhões de novos usuários ficam navegando neste espaço com conhecimento limitado.

A cobertura mainstream está preenchendo parte da lacuna, mas não é a mesma coisa. Os meios de comunicação tradicionais tendem a tratar o cripto como apenas uma história entre muitas. A reportagem especializada, com atenção constante aos detalhes e à educação, é o que constrói a literacia em um campo em rápida mudança. Se essas vozes diminuírem, o risco é que o uso avance mais rápido do que a conscientização.

O que vem a seguir

O Brasil é um exemplo perfeito desta realidade de duas velocidades. Por um lado, as stablecoins estão em alta, a infraestrutura está a melhorar e as aplicações estão a transformar as criptomoedas em algo que as pessoas comuns podem usar todos os dias. Por outro lado, os meios que poderiam ajudar a explicar o que está a acontecer estão a lutar para se manter visíveis.

O futuro das criptomoedas na América Latina não será definido apenas pelo número de pessoas que as adotam. Também dependerá de haver uma camada de informação forte que ajude as pessoas a usá-las sabiamente. Neste momento, a adoção está avançando rapidamente, mas a mídia que apoia a compreensão está ficando para trás. Essa lacuna pode moldar a história das criptomoedas na região tanto quanto a própria tecnologia.

Aviso: Este artigo é fornecido apenas para fins informativos. Não é oferecido nem se destina a ser usado como aconselhamento legal, fiscal, de investimento, financeiro ou de outro tipo.

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